O Cruzeiro Esporte Clube, associação poliesportiva, em cumprimento ao art.53 da Lei 11.101/05, apresentou nesta quarta-feira, 14/09, o seu Plano de Recuperação Judicial à 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte. O plano explica as razões de sua crise financeira, apresenta as condições da proposta de pagamento aos credores sujeitos ao processo de recuperação judicial e é acompanhado de laudos independentes de viabilidade econômico-financeira e de avaliação de seus ativos.

Fundado em 1921, o Cruzeiro atingiu nos últimos anos o ápice de sua crise financeira, decorrente de práticas de gestão imediatistas que, apesar das vitórias, geraram um acúmulo de dívidas, culminando com o descenso para a Série B em 2019. Tal crise foi agravada pela pandemia de Covid-19, que também causou impactos relevantes nas receitas, com queda na arrecadação das verbas de patrocínio, bilheteria e nos programas de sócio torcedor e taxas dos associados dos clubes de lazer.

Nesse contexto de crise, a atual administração foi eleita e boas práticas de governança e gestão foram sendo implementadas a partir de 2020. A reorganização administrativa e financeira do Cruzeiro se uniu à aprovação da Lei da SAF (Lei 14.193/21), que permitiu à Associação constituir a sua Sociedade Anônima do Futebol, Cruzeiro-SAF. E, no final de 2021, foi concretizado o acordo de investimento com a Tara Sports, o que permitiu o desenvolvimento de um projeto bem-sucedido em 2022. O último passo para sacramentar a restruturação financeira do Cruzeiro-Associação foi o ajuizamento da Recuperação Judicial, que foi aceita pelo Poder Judiciário de Minas Gerais em 13 de julho de 2022.

Nesta quarta-feira, 14/09, Cruzeiro Associação cumpre o seu compromisso legal de apresentar o Plano de Recuperação Judicial, que consiste basicamente em uma proposta de programa para pagamento de seus credores, que são divididos em quatro classes, merecendo cada uma o tratamento financeiro previsto no documento.

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